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Políticas Sociais e meio ambiente

No Ceará, beneficiários do Bolsa Família ajudam o meio ambiente e complementam a renda

11/03/2011 15:15
Programa do governo estadual, com recursos do Índice de Gestão Descentralizada repassados pelo MDS, incentiva a produção de vassouras ecológicas a partir de matéria-prima reciclada. Garrafas pet são usadas pelos novos artesãos, que vendem o produto, reinvestem e dividem os lucros
Wanderley Marques
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Beneficiário do Bolsa Família produz vassoura ecológica em Crateús
Brasília, 10 – Ações da comunidade contribuem para o meio ambiente e geram renda para famílias beneficiárias do Bolsa Família. A Secretaria de Meio Ambiente e a de Assistência Social do município de Crateús, no Ceará, oferecem capacitação profissional para fabricação de vassouras ecológicas, usando garrafas pet como matéria-prima. O dinheiro arrecadado com a venda é dividido entre os artesãos.

A ideia surgiu de reunião entre secretários municipais que buscavam alternativas para oferecer aos cidadãos de baixa renda oportunidades de complementar a receita da família. A secretária de Assistência Social de Crateús, Maria Luciene Moreira Rolim Bezerra, explica que, dos participantes, “a preferência foi dada a quem recebia o Bolsa Família”.

Para Francisca Robênia, de 21 anos, o trabalho que ela faz vai além do ganho em dinheiro que recebe. Ela tem uma filha de 2 anos e recebe o Bolsa Família desde o ano passado. “Acho importante para ajudar a natureza. As pessoas ainda não conhecem direito o nosso trabalho, mas acredito que vai dar certo.” 

Para Walter Aurélio Pereira de Souza, a oportunidade chegou na hora certa, já que estava fora do mercado há três meses. “Eu trabalhava numa fábrica de calçados, mas ela fechou e fiquei desempregado. Uma mulher que mora aqui perto me chamou para ir à fábrica de vassouras. Fui conhecer e fiquei trabalhando”, relata.

O secretário de Meio Ambiente da prefeitura, Wanderley Marques, explica que, com o dinheiro arrecadado com a venda das vassouras, os beneficiários pagam as despesas, além de separar uma pequena reserva para a compra de material, como os cabos das vassouras, que ainda não são produzidos por eles. O lucro líquido é dividido entre os trabalhadores. 

“Eles produzem, hoje, cerca de 50 vassouras por semana, mas, com a prática, a perspectiva é que cada um produza até 100”, explica. 

Wanderley Marques
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O trabalho dos artesãos complementa a renda das famílias
A comercialização ainda não se dá em larga escala, mas entre amigos e vizinhos dos próprios fabricantes. As duas secretarias que conduzem o projeto articulam com o serviço de limpeza urbana da cidade o uso das vassouras ecológicas na limpeza das ruas. E também buscam empresas locais que consumam o material produzido pelos artesãos.

As vassouras são fabricadas em dois tamanhos, de 24cm e 40cm de largura, e custam R$ 4 e R$ 6, respectivamente. 

Os recursos para a compra de ferramentas e material inicial do projeto vêm do Índice de Gestão Descentralizada (IGD) repassado pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS). O IGD mede a qualidade da gestão municipal do Programa Bolsa Família e do Cadastro Único para Programas Sociais e garante o repasse mensal de recursos financeiros aos municípios que apresentam bom desempenho.


Wellington Oliveira
Ascom/MDS
(61) 3433-1106

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