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Acesso à educação e à ciência em condições de igualdade

Empoderamento das mulheres é fundamental para quebrar círculo da pobreza

A Organização das Nações Unidas (ONU) reivindicou, no centenário do Dia Internacional da Mulher, 08 de março de 2011, o direito da mulher ao acesso à educação e à ciência em condições de igualdade em relação ao homem, como um passo imprescindível para aumentar sua participação e avanço no mercado de trabalho. A autonomia das mulheres é vista como um passo fundamental para eliminar a pobreza.
  
"Investir na mulher não é o correto, é o inteligente", afirmou o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, em um ato na sede do órgão no centenário do Dia Internacional da Mulher.

O principal responsável pela ONU disse que nos 100 anos em que se comemora a jornada houve avanços enormes, mas, ao mesmo tempo, em muitas sociedades a mulher é um cidadão de segundo plano cujos direitos fundamentais são ignorados. "Apesar da brecha entre gêneros em matéria de educação diminuir, ainda há muitas meninas com acesso à escola negado, que têm que abandonar prematuramente ou concluem os estudos sem as ferramentas e os conhecimentos necessários", disse ele.

Ban afirmou que uma recente pesquisa apontou que as grandes empresas da lista Fortune 500 com maior presença feminina em seu conselho de administração são 53% mais rentáveis que as demais. "Vocês sabem, e eu sei, que a mulher tem que desfrutar de uma participação completa e igualitária em todas as áreas da vida pública e particular, só assim poderemos ter a sociedade justa, sustentável e pacífica prometida pela Carta das Nações Unidas", disse o secretário.

Além disso, ele disse que na família, na escola, no local de trabalho e na comunidade ser uma mulher, "frequentemente, significa ser vulnerável" e que "as mulheres e as meninas são vítimas de discriminação e violência, em muitas ocasiões pelas mãos de seus companheiros ou parentes". O secretário também afirmou que falta avançar muito na integração da mulher na vida pública e política, apesar dos avanços em relação à presença feminina nos Parlamentos. Menos de 10% dos países contam com uma mulher como chefe de Estado ou de Governo, segundo dados da ONU.

Ban afirmou que nas conversas mantidas nas últimas semanas com líderes do Oriente Médio, em relação aos protestos populares no mundo árabe, sempre lembra que devem "fazer mais" em matéria de igualdade de gêneros. Essa será um das mensagens que transmitirá na semana que vem em sua visita à região, onde "os direitos da mulher foram ignorados e oprimidos por muito tempo".

Desigualdade X avanços

O Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) afirmou que a desigualdade é um dos grandes obstáculos que impedem o avanço econômico e social de muitos países. Segundo dados dessa agência, os países com maior desigualdade são Iêmen, República Democrática do Congo, Níger, Afeganistão e Mali. Os mais igualitários são Holanda, Dinamarca, Suécia, Suíça e Cingapura.

Neste sentido, o Pnud promoveu, no dia 08 de março mesmo, um chat via Twitter com sua administradora internacional, Helen Clark. Foi a primeira vez em que um chefe de agência da ONU participou de uma interação desse tipo. O evento fez parte das celebrações da ONU para o Dia Internacional da Mulher. O tema da conversa foi: como se pode dar autonomia às mulheres (empoderá-las) para eliminar a pobreza?


Mais celebrações


As celebrações do Dia Internacional da Mulher também incluíram um  anúncio com três embaixadoras da Boa Vontade do Pnud: a jogadora brasileira Marta, a tenista russa Maria Sharapova e a atriz japonesa Misako Konno.

“Seja na Ásia, na Europa, na África ou nas Américas, mulheres com saúde, educação e emprego quebram o círculo da pobreza não apenas para elas, mas para suas famílias e suas comunidades”, afirma o texto assinado pelas três celebridades. “É necessário envolver mais mulheres nas tomadas de decisão, e a violência contra as mulheres tem de acabar”, defendem.

A capacidade das mulheres de ajudar a superar a pobreza é também o foco de um concurso de fotografias da ONU que destacará figuras femininas que se engajaram nos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM). A escolha dos vencedores obedecerá a um duplo critério: a qualidade da foto e a história da mulher fotografada.

Sobre a data

O Dia Internacional das Mulheres é um marco nas reivindicações e na luta das mulheres por igualdade. Criado em 1910, na Segunda Conferência Internacional das Mulheres Socialistas, realizada em Copenhague, na Dinamarca, tornou-se uma data de referência para as mulheres mundialmente.

A partir da década de 1920, em homenagem à mobilização das mulheres russas, em 1917, o Dia Internacional das Mulheres passou a ser celebrado, mundialmente, em 8 de março.

Data: 11/3/2011

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