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Boletim do IPEA aborda as mudanças climáticas

20/09/2010 12:53:31

Mudanças do Clima são tema de publicação do Ipea

Ipea
O Ipea lança na próxima quarta-feira (22/9), às 10 horas, a quarta edição do Boletim Regional, Urbano e Ambiental. Inteiramente dedicado ao tema das mudanças do clima, o boletim será lançado no auditório do Instituto em Brasília (SBS, Quadra 1, Bloco J, Ed.BNDES) e transmitido ao vivo, pela internet, para todo o Brasil.
São doze artigos que tratam de aspectos relacionados à economia da mudança do clima; aos impactos em atividades agrícolas; aos aspectos regulatórios; aos principais acordos internacionais; às ações de mitigação; às alternativas limpas de desenvolvimento; e à chamada justiça climática. Participaram da elaboração do boletim 25 autores, entre pesquisadores do Ipea e colaboradores convidados.
O boletim é uma publicação semestral da Diretoria de Estudos e Políticas Regionais, Urbanas e Ambientais do Ipea (Dirur).O objetivo é apresentar e analisar dados sobre cidades, meio ambiente, federalismo e desenvolvimento regional, além de discutir políticas públicas brasileiras.
Participam do lançamento da quarta edição do Boletim Regional, Urbano e Ambiental a diretora da Dirur, Liana Carleial; o coordenador de Estudos Regionais do Ipea Carlos Wagner Oliveira, editor do boletim; e o técnico de Planejamento e Pesquisa Jorge Hargrave, um dos organizadores da publicação; além dos autores dos artigos.
(Ipea)
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Norte e Nordeste serão os mais prejudicados

23/9/2010 Clique para Ampliar
O aquecimento global poderá elevar a temperatura no Norte e Nordeste até 8 ºC em 2100 como consequência do desmatamento, agravando as condições da cultura de subsistência 
FOTO: CID BARBOSA
Segundo estudo do Ipea, agravamento das condições climáticas pode aumentar as desigualdades regionais

Brasília - As populações das regiões Norte e Nordeste serão as mais afetadas nas próximas décadas se houver agravamento das condições climáticas no Brasil, o que pode aprofundar as atuais desigualdades regionais e de renda. O diagnóstico consta do Boletim Regional, Urbano e Ambiental número 4, elaborado por pesquisadores do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), e feito com a participação de especialistas de diversos setores no país.

O documento associa os problemas climáticos ao aquecimento global e prevê resultados de longo prazo. A perspectiva macroeconômica traçada pelo estudo indica em uma das simulações que o PIB (Produto Interno Bruto) nacional poderia ser, numa primeira hipótese prevista para 2050, de R$ 15,3 trilhões (no valor do real em 2008). Em outra alternativa, com menos danos para o meio ambiente, poderá chegar a R$ 16 trilhões, se o clima ajudar.

O Ipea estima o risco de reduções de 0,55% ou 2,3% respectivamente para esses valores. O aquecimento global poderá elevar a temperatura no Norte e Nordeste até 8 ºC em 2100 como consequência do desmatamento da floresta amazônica.

Impactos alarmantes

Segundo o estudo, as mudanças climáticas poderão provocar, nas próximas décadas, impactos "alarmantes" em algumas bacias hidrográficas brasileiras, especialmente no Nordeste. A redução dos estoques de água até 2100 seria mais moderada na Região Norte. Mas, nas demais regiões, pode haver redução da capacidade de geração de energia hidrelétrica, de 29,3% a 31,5%.

Os impactos seriam menores no Sul e no Sudeste, mas não o suficiente para repor as perdas das regiões Norte e Nordeste. Na agricultura, o aquecimento do clima só não afetaria a lavouras de cana-de-açúcar. As plantações de soja sofreriam redução de 34% a 30%, as de milho, de 15%, e as de café, de 17% a 18%, com agravamento mais sério na cultura de subsistência no Nordeste.

O Boletim Regional, Urbano e Ambiental número 4 do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada avalia que o impacto sobre as culturas agrícolas poderia ser compensado ou amenizado nas próximas décadas com modificações genéticas dos produtos, o que exige investimento anual de R$ 1 bilhão em pesquisas.

O uso de combustíveis renováveis, no lugar dos derivados de petróleo evitaria emissões de 203 milhões a 923 milhões de toneladas de gás carbônico em 2035, de acordo com o estudo. A produção necessária para obter os combustíveis alternativos envolveria o uso de 17,8 milhões a 19 milhões de hectares e não seria necessário usar áreas das culturas de subsistência nas regiões brasileiras.

A necessidade de produção dos alternativos não pressionaria o desmatamento da Amazônia. Mas, nas regiões Sudeste e Nordeste, no entanto, poderia haver danos florestais e de matas se não forem empregadas políticas adequadas para os biocombustíveis.

Entre os compromissos assumidos pelo Brasil no Protocolo de Quioto, a redução do desmatamento figura como a contribuição de menor custo. O valor médio de carbono estocado na Amazônia foi estimado em US$ 3 por tonelada ou US$ 450 por hectare.

Se esses valores forem utilizados para remunerar os agentes econômicos poluidores, seriam suficientes para desestimular até 80% da pecuária na Amazônia. Seria possível reduzir em 95% o desmatamento com o custo de US$ 50 por tonelada de carbono, aponta o Boletim Regional, Urbano e Ambiental divulgado pelo Ipea.

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