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Caminhos para a Pesquisa

Jovens, inteligentes e pesquisadores


A pesquisa entrou na vida dos quatro personagens muito cedo. Eles são bem jovens e inteligentes. Mas isso não é suficiente. É preciso esforço, estudo e muita experimentação para encarar uma investigação acadêmica

08.01.201116:00


Apesar de ainda muito jovens, esses rapazes já mergulharam em estudos e experimentações específicas. Sejam nas universidades ou ainda no ensino médio, os meninos não quiseram esperar muito tempo. A maioria, bem logo entrou na graduação, já quis encontrar seu caminho. Um deles, mais afoito no bom sentido, buscou a investigação ainda como secundarista.

Engana-se, no entanto, quem acredita que a vida de Ivan, Eduardo, Lucas e Luiz Gonzaga limita-se aos livros e às aulas. Como qualquer jovem entre 17 e 26 anos, eles também gostam de cinema, festas e, claro, de namorar. O segredo está, afirma Luiz Gonzaga, em saber dividir o tempo. Os outros três concordam.

“Claro que em alguns momentos, no fim do semestre, principalmente, é preciso um pouco mais de dedicação”, define o futuro cientista da Computação, Luiz Gonzaga Mota. Nas provas, principalmente nas últimas de cada seis meses, quem tem pede compreensão da namorada para se dedicar. Apesar de o estudo muitas vezes ser exaustivo e estressante, eles dizem não ter do que reclamar.

Segundo os estudantes, cada vez menos os jovens estigmatizam a figura de um aluno dedicado e estudioso. “A ideia do nerd do senso comum, daquela pessoa de óculos fundo de garrafa, vidrado em livros é ultrapassada”, deixa claro Eduardo Façanha, 24, estudante de Engenharia Elétrica, vencedor em 2010 da XXIV edição do prêmio Jovem Cientista. A camiseta e calça jeans nem de longe recordam a vestimenta quadriculada e esquisita o ideal de nerd.

É importante ao aluno definir cedo que linha de pesquisa e que objeto quer estudar na sua graduação. As palavras do professor aposentado do Departamento de Física, José Evangelista Moreira, coordenador da Seara da Ciência, se encaixam os quatro jovens em questão. O professor organiza o espaço de divulgação científica e tecnológica da Universidade Federal do Ceará (UFC). A Seara procura estimular a curiosidade pela ciência, cultura e tecnologia, mostrando suas relações com o cotidiano. Segundo aponta, uma das palavras de ordem hoje, em pesquisa, é interdisciplinaridade.

O professor só enxerga vantagens em tentar se engajar logo no princípio da faculdade em um projeto de pesquisa. “O aluno entende como se pesquisa na sua área, toma contato com as especificidades de um laboratório, de como se deve agir. Ele cria mais experiência para quando for fazer um trabalho de iniciação científica ou de pós-graduação estar melhor preparado”, argumenta Evangelista.

A cada ano, é ainda mais cedo o engajamento dos alunos logo dos primeiros semestres em projetos universitários. “(A pesquisa) é processo muito demorado, lento. Então, quanto mais cedo se descobrir em investigações há um ganho de tempo e de aprendizagem”, esclarece o professor. Dessa forma, seria possível ao estudante conduzir o curso e retirar das cadeiras pontos chaves para o processo de análise.


Como se engajar num grupo de pesquisa

1 Disciplinas - Nas disciplinas, procure perceber em que área você se encaixa e se identifica. Perceba o que mais lhe chama atenção no cotidiano.

2 Pergunte - Tirar dúvidas não é sinal de desconhecimento, mas sim de interesse.

3Pesquisa - Após descobrir em que área você gostaria de atuar, se
informe que professores tem pesquisas similares. Converse com eles.

4Ideias - A conversa com o professor pode trazer benefícios. Ele pode se transformar em seu orientador. O segundo é que as
conversas abrem as possibilidades para uma ideia nova.

5 Dedicação - E, principalmente, estude esse tema. As dicas não valerão de nada se não houver
dedicação.
Angélica Feitosa
angelica@opovo.com.br 







http://www.opovo.com.br/app/opovo/cienciaesaude/2011/01/08/noticiacienciaesaudejornal,2086687/jovens-inteligentes-e-pesquisadores.shtml

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